sábado, 8 de novembro de 2008

Obama e a mudança

Divulgação/site da campanha
Logo após ser eleito, Barack Obama fez um discurso onde a mudança era o fio condutor, além disso todo a sua candidatura foi baseada na promessa de que o seu governo seria um governo de mudança em diversos aspectos, seja na economia, na política externa etc. Não sei se Obama percebeu, mas ele já está mudando os Estados Unidos, mesmo antes de já governar a maior potência mundial. Digo isso porque ele fez o feito de se eleger presidente dos Estados Unidos. Com um pequeno detalhe: Obama é negro. E isso já me parece uma mudança enorme. Parece que numa época onde a tolerância cada vez é menos vista, a eleição de Obama é a esperança de que ela se propague por todo o mundo.


Durante todo o processo eleitoral norte-americano, os especialistas afirmavam que o que podia manter John MaCcain com chances de vencer a eleição era o fato de Obama ser negro. Por que? Porque o passado recente do EUA dava margens para esse pensamento. Até 1964, por exemplo, quando foi promulgada a Lei dos Direitos Civis, a segregação racial era permitida. Além disso os Estados Unidos é o país da Ku Klux Kan, que assassinou, pelo menos, centenas de negros.


Foi esse país que elegeu um presidente negro. Para termos dimensão da importância desse acontecimento basta olhar o Brasil. Nós somos o país da diversidade cultural, da miscigenação, onde, teoricamente, nunca ouve racismo tão forte e explícito quanto nos Estados Unidos. Mas quando tivemos um negro com chances de se eleger presidente? Tenho 25 anos, já acompanhei 5 eleições presidenciais e não me lembro de nenhum candidato negro com chances de ser presidente. Não me lembro de nenhum político negro com expressão nacional. Pode-se falar do Celso Pitta e da Benedita. Porém, o primeiro é mais lebrado por causa dos escândalos e das acusações de corrupção quando foi prefeito de São Paulo. Já Benedita se candidatou mais de uma vez à prefeita e governadora do Rio, mas nunca se elegeu. De qualquer jeito, esses dois são a exceção que confirma a regra.


Por isso acredito que a mudança já esteja ocorrendo nos Estados Unidos, pois uma nação que tem um passado e um presente de intolerância, parece querer romper com isso e, assim,trouxe ao mundo um sentimento de esperança no futuro. E pelo jeito como muitas pessoas de diversos países torceram e comemoraram a eleição de Obama, essa mudança não será só nos Estados Unidos.